sexta-feira, 13 de março de 2009

CURIOSA ARQUITETURA



Inegavelmente um arquiteto. Embora eu desconhecesse seus projetos, a alma projetada em seu olhar tentava abarcar todas as imagens que pudesse. Ávido de novidades, à espera de que o novo se desenhasse em sua vida.Traçava, em diagonal,hábeis diálogos inusitados, que o faziam vítima e, ao mesmo tempo, algoz de sua curiosidade.
A mãe, antevendo o espírito errante e apaixonado, dera-lhe o nome de personagem romântico.
Sabia-se belo.Entretanto, esse não era seu maior trunfo.Exigia mais da vida, porque a inteligência admira a beleza e necessita de um esteio maior para alimentar o espírito.
Lembro-me de que o conheci num dia chuvoso e de que paramos sob o mesmo toldo de uma loja. “Que chuva, não?” Ele me disse sorridente e,desde então, não deixamos mais de conversar.Basicamente tento responder às suas curiosas perguntas. Não sei até quando esse nosso diálgo vai existir, mas de uma coisa tenho certeza : estamos planejando um belo edifício de palavras que, caso se concretize em amizade,será,sem modéstia alguma, admirável.