Contrariando a teoria de Darwin,pode parecer desatinado a quem me lê, mas, se tem uma espécie que regrediu é a humana.
Não me refiro à tecnologia e ao conhecimento,refiro-me à afetividade.Essa está em franco desaparecimento. O desejo representado pelo enlaçar das mãos, pelo beijo demorado, pelo olhar fascinado tem perdido sua conotação afetiva e vem sendo substituído pela necessidade de possuir alguém como um objeto que se descarta na primeira oportunidade de se alcançar um novo objeto. Homens e mulheres caçam a próxima ou o próximo a ser abatido, antevendo as possibilidades de uma nova caçada.
Se no passado diziam que o homem queria ser Deus, significando a busca da perfeição; hoje podemos dizer que o homem quer ser um bem de consumo exposto na vitrine de uma loja suntuosa de um shopping glamouroso. Cada vez mais nos produzimos, procuramos enganar o tempo com cremes ou cirurgias plásticas e vendemos a nossa essência por qualquer elogio banal que exalte qualidades que possivelmente nunca tivemos, ou que já perdemos por não nos termos mais. A figura brilha, mas a alma perdeu sua luminosidade. Eu diria que, nessa regressão afetiva, estamos beirando à pré-história e precisamos, com urgência, resgatar ( o elo perdido?) o afeto que nos torna, embora humanos, próximos à divindade.
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