sexta-feira, 27 de julho de 2007

Dá licença!

Vitória era uma mulher que trazia em sua simplicidade o rastro de uma sabedoria milenar não aprendida nos livros ou na escola.
Quando se irritava com alguém, o máximo que chegava a dizer era "Ah, dá licença!", significando: Basta de mediocridade.
Intuía a vida e, sem o saber ( talvez por ser de uma inteligência maior), transformava o que era complexo em simples - coisa que muitas mulheres letradas, carregando muitos diplomas, jamais conseguem.
Ela não havia lido a dor de " A vitória nossa de cada dia" de Clarice Lispector... Com paciente esperança, sedimentou suas dores, sem rancor e, desse solo brotou, vitoriosamente, sua tranquila força... Quando alguém se preocupava demais, a ponto de transformar um rato em elefante, Vitória acalmava: " Não esquenta! Devagar a gente resolve."
Sempre admirei mulheres como Vitória. Com elas aprendi a enxergar melhor a vida.
Agora, dá licença, porque escrever demais cansa. Preciso aproveitar a vida, como Vitória me ensinou.

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