Viver é amar o trapézio apesar de todas as vertigens, correndo o risco, para ser seguro, de que vale a pena tentar o pulo, algo sempre amortecerá a possível queda. Tornar-se cinza e renascer, não temendo o inimigo que jaz em nós mesmos. Estender a mão e acariciar a vida frágil, maravilhosa. Beber o sangue quente das arenas que edificamos em nossa alma e não desistir se for amargo. Respirar o almíscar do sonho e entregar-se sólido. Ouvir o canto das sereias sem amarrar-se ao mastro. Fitar o dragão e derrotá-lo com um sorriso. Estar seguro de que o olho de Polifemo não nos vencerá. O olho, por gigantesco que seja, por ser único, não decifra os múltiplos enigmas. Viver é cavalgar a dor e deixar o selvagem explodir, posto que pronto.
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